sábado, 13 de outubro de 2012

VÍDEO-AULA 19 - Educação e Valores: Podem a ética e a cidadania serem ensinadas?

Conceitos centrais da aula
O trabalho com ética e cidadania não é algo novo nas escolas, tal como o trabalho com a alimentação saudável.
Na Grécia Clássica nos textos, poemas e tragédias de Aristóteles verifica-se que há 2.500 anos atrás havia uma preocupação na formação de uma educação ética. Para Aristóteles o Homem se torna virtuoso pelo hábito, natureza e razão.
Já na Grécia Homérica há 400 anos antes de Aristóteles acreditava-se que a virtude era algo herdado, ou seja, não poderia ser ensinada.

Sócrates faz uma discussão se a virtude pode ser ensinada ou não.
Para ele a ética pode ser ensina, contudo, ele questiona quem está habilitado para fazer isto e quem é o mestre capacitado para ensinar um indivíduo a ser um homem de bem.

Segundo Protágoras a formação ética não é uma disciplina especializada como matemática. A formação ética cabe a todos, não está restrita ao professor, outras instituições também auxiliam neste tarefa, como a religião e a família. A ética não está separada do conteúdo escolar.  
 
Considerações
O trabalho com a ética e a cidadania não é algo novo. Além disso, existem diferentes formas e recursos para fazê-la.
O texto que segue é um dos meios de trabalhar a ética com os alunos e mostra o papel dos pais para a formação cidadão dos filhos:

Uma Pescaria Inesquecível
James Lenfestey
 

Imagem retirada do site: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1209 acesso em 02/11/2012 às 17h08.

Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.
A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.
O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.
Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto, habilmente e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.
Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada. O garoto olhou para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente. Em seguida, o pai olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
— Você tem de devolvê-lo, filho!
— Mas, papai, reclamou o menino.
— Vai aparecer outro, insistiu o pai.
— Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável. Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.
Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele. Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.
Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado. Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando. Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o peixe à água.
A boa educação é como uma moeda de ouro:
tem valor em toda parte.


Texto: Uma Pescaria Inesquecível, de James P. Lenfestey, do livro Histórias para Aquecer o Coração dos Pais, Editora Sextante.
 
Texto retirado do site: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1209 acesso em 02/11/2012 às 17h08. 
 

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