sábado, 13 de outubro de 2012

VÍDEO-AULA 4 - Educação e Valores: A Escola e a construção de valores morais

Conceitos centrais da aula
Pode-se analisar sete aspectos que auxiliam o processo de construção de valores na escola:
 
1. Conteúdos escolares: privilegiar conteúdos ligados a ética, a democracia, aos direitos humanos e a sua inclusão no currículo escolar;
2. Metodologia das aulas: O estudante deve ter um papel ativo e a construção do conhecimento deve ser coletiva e com diálogo;
3. Trabalho intencional com valores: Ao final do ano o aluno não deve estar apto só em matemática ou português, mas também, deve ser intencional a construção de valores;
4. Relações interpessoas: A relação professor-aluno deve ser de respeito, autoridade e admiração, isto é, a admiração que pode nascer do aluno pelo professor, por ensinar ou por ser justo, provome a identificação e o respeito;
5. Auto-estima: Cada sujeito constroi a sua auto-imagem, o que pensa de si. A escola deve elevar a estima do aluno, não excluindo por qualquer motivo;
6. Auto-conhecimento: As pessoas devem conhecer seus sentimentos e emoções para construir os seus valores. O professor em sala de aula pode trabalhar com seus alunos os sentimentos;
7. Gestão escolar: Uma gestão democrática na escola facilita a construção de uma educação em valores.  
 
Considerações
Na reportagem, que segue, da Revista Nova Escola, Catarina Iavelberg apresenta algumas atividades e discussões para a formação ética e moral dos alunos.
Ela levanta que o orientador educacional tem o papel de assegurar que esta formação tenha um caráter reflexivo e não moralizador.
 
Formação moral e ética dos alunos-cidadãos
Ajude os alunos a se tornar cidadãos propondo ações de caráter reflexivo e não moralizador
Catarina Iavelberg

Um dos desafios contemporâneos da escola é contribuir para a formação moral e ética dos alunos-cidadãos. É fundamental que, nos espaços educativos, seja construída e problematizada a participação do indivíduo na vida pública - o que demanda a consciência de realidades, conflitos e interesses individuais e sociais, o conhecimento de mecanismos de controle e defesa de direitos e a noção dos limites e das possibilidades de ações individuais e coletivas.
Como ninguém nasce cidadão, a ideia de participação social precisa ser permanentemente construída. Há vários caminhos para ensinar normas, valores e atitudes passíveis de (re)organizar as relações para uma convivência justa. O trabalho educacional que mobiliza conteúdos atitudinais precisa estar nas ações cotidianas e fazer parte dos objetivos de aprendizagem. Diversas atividades pedagógicas levam a reflexões e ao entendimento crítico dos eventos que ocupam e preocupam a vida de todos nós:

- Leitura de textos literários A estratégia favorece a discussão de temas transversais (trabalho, consumo, orientação sexual, meio ambiente, relações de gênero etc.) e aposta na identificação dos alunos com os personagens das narrativas para ampliar a capacidade de reflexão.
- Apresentação e análise de dilemas morais: Por meio da exposição de situações-problema, as crianças e os jovens são convidados a refletir sobre a complexidade das relações e dos afetos e a elaborar estratégias de ação.
- Participação de estudantes na gestão da vida coletiva: A proposta estimula o senso de responsabilidade, a autonomia e a organização dos coletivos ao colocar os alunos como membros de conselhos de classe, assembleias, grêmios ou outras instâncias representativas.
- Leitura crítica de textos que tratam de direitos fundamentais: O objetivo não é explicar documentos como a Declaração dos Direitos Humanos ou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas promover a apropriação dos princípios e valores presentes neles para analisar como podem ser utilizados para denunciar situações e exigir modificações na sociedade.
- Atuação em trabalhos voluntários: A ação em projetos sociais ou socio-ambientais leva ao desenvolvimento da capacidade de cooperação e de argumentação com base na realidade.

Percorrendo diferentes caminhos, essas estratégias incentivam a reflexão sobre novas possibilidades de relações humanas - que estão ligadas à compreensão de como o poder é exercido e como se delineiam as responsabilidades inerentes às interações sociais.
Nesse contexto, cabe ao orientador educacional assegurar que essas ações tenham sempre um caráter formativo, nunca moralizador. O ideal é trabalhar junto com a equipe de professores na introdução curricular de práticas que ampliem as possibilidades de reflexão e ação dos alunos dentro e fora do contexto escolar. Porém o mais importante é assegurar o princípio ético que rege essas práticas, garantindo que a escola, enquanto instituição socializadora, forme cidadãos comprometidos com a elucidação dos problemas do mundo e com soluções que busquem uma vida boa, digna e justa para todos.
 
Reportagem retirada do site da Revista Nova Escola: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/formacao-moral-etica-alunos-cidadaos-574481.shtml acesso em 15/10/12 às 19h36.

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